Em setembro de 1949, a República Popular da China (RPC) invadiu o Tibete. Seguiu-se a captura de Chamdo, sede do Governador-Geral do Tibete Oriental, a 19 de outubro de 1950.
A 11 de novembro de 1950, o governo tibetano protestou contra a agressão chinesa junto da ONU, no entanto a Assembleia Geral adiou o assunto.
Face à tremenda crise que o país atravessava, Sua Santidade o 14.º Dalai Lama do Tibete assumiu plenos poderes, espirituais e temporais, como Chefe de Estado. Tinha quinze anos de idade.
A 23 de Maio de 1951, uma delegação tibetana que havia viajado até Pequim para conversações viu-se forçada a assinar o “Acordo de 17 Pontos sobre as Medidas para a Libertação Pacífica do Tibete”, sob ameaças de acrescida ação militar e mediante a forja dos selos oficiais do Tibete. Com base neste documento, as autoridades chinesas transformaram o Tibete numa colónia da RPC, ignorando a firme resistência demonstrada pelo povo tibetano e violando todos os artigos do referido “acordo”.
A 9 de Setembro de 1951, milhares de soldados chineses marcharam sobre Lhasa, capital tibetana. Consequentemente, teve lugar a sistemática destruição de mosteiros, supressão da religião e tradições culturais, negação de liberdades e direitos humanos, detenções e maus tratos generalizados, bem como o massacre de crianças, mulheres e homens inocentes.
A 10 de Março de 1959, o povo tibetano ergueu-se massivamente numa demonstração contra a presença chinesa em Lhasa. O dia da Revolta Nacional Tibetana.
As forças chinesas retaliaram de uma forma implacável, desconhecida para o povo tibetano. Milhares de homens, mulheres e crianças foram massacrados/as nas ruas, bem como imediatamente detidos/as, especialmente monges e monjas. Os mosteiros e os templos foram bombardeados.
A 17 de Março de 1959, S.S. o Dalai Lama deixou Lhasa, disfarçado de soldado, encontrando asilo político na Índia. Seguiu-se um êxodo sem precedentes de pessoas tibetanas, que se viram forçadas a deixar o seu país, empreendendo uma viagem duríssima através dos Himalaias. Hoje, existem mais de 150.000 pessoas refugiadas tibetanas espalhadas por todo o mundo.
A RPC afirma que o Tibete foi “sempre parte da China”, que trouxeram progresso ao Tibete e que o povo tibetano se encontra “feliz” sob o seu domínio. No entanto, a História é testemunha de que não existe qualquer fundamento para a pretensão chinesa de que o Tibete “faz parte da China”. O Tibete esteve sob influência dos Mongóis, quando estes dominaram a China. Os Manchus, que foram os últimos governantes imperiais da China, também interferiram nos assuntos tibetanos. No entanto, anteriormente a 1949, nunca foi exercido qualquer controlo sobre o Tibete por parte das autoridades chinesas.
O povo tibetano solicitou, repetidamente, a realização de um plebiscito. Passados mais de 70 anos de uma brutal ocupação, o povo tibetano continua a resistir ao domínio chinês e a desafiar a sua pesada opressão. O povo tibetano quer liberdade.